LETRAS MIUDAS DO CONTRATO
“Pai, vamos esperar o sol nascer?”
“Vamos, filho, vamos.”
Era o Caio, meu sobrinho neto, beirando os nove anos, que convidava o pai para mais um programa selecionado entre os tantos que este, um fervoroso admirador da natureza, vinha proporcionando ao filho desde tenra idade.
O nascer do sol já havia sido contemplado de muitos lugares: da praia do Arpoador, da Praia da Barra, da Pedra do Leme, das montanhas de Nova Friburgo e de onde mais se possa imaginar. Desta vez, seria da janela do apartamento. Decididamente Fernando havia transformado o filho num grande apreciador dos fenômenos naturais, respeitador da fauna e da flora e num arguto observador de tudo o que se passa no mundo, desde a cozinha de sua casa até o Estádio do Maracanã.
Eram onze horas da noite, provavelmente. O pai lia o jornal. Caio caminhava de um lado para outro, excitado, prelibando o espetáculo do alvorecer ao qual assistiria na companhia confortadora do pai. Este, depois de alguns momentos, dobrou vagarosamente o jornal, encaminhou-se para o quarto, e deitou-se para dormir.
“PAI! Você não disse que ia esperar o sol nascer?”
“Disse, meu filho, e vou. Vou esperar o sol nascer, deitado na minha cama, porque é mais confortável. Você não me perguntou se eu queria “esperar” o sol nascer?. Então, você pode fazer a mesma coisa deitado na sua cama. Agora, se você quiser “ver” o sol nascer, você pode ficar lá na janela. De lá você vê. E olhando amorosamente para o filho, enfiou-se embaixo das cobertas.
Guilherme, o irmão mais velho, que contemplava a cena, apontando o dedo para o nariz de um desapontado Caio, com voz solene e pausada, declara:
“Letras miúdas do contrato, Caio, letras miúdas do contrato!”
“Pai, vamos esperar o sol nascer?”
“Vamos, filho, vamos.”
Era o Caio, meu sobrinho neto, beirando os nove anos, que convidava o pai para mais um programa selecionado entre os tantos que este, um fervoroso admirador da natureza, vinha proporcionando ao filho desde tenra idade.
O nascer do sol já havia sido contemplado de muitos lugares: da praia do Arpoador, da Praia da Barra, da Pedra do Leme, das montanhas de Nova Friburgo e de onde mais se possa imaginar. Desta vez, seria da janela do apartamento. Decididamente Fernando havia transformado o filho num grande apreciador dos fenômenos naturais, respeitador da fauna e da flora e num arguto observador de tudo o que se passa no mundo, desde a cozinha de sua casa até o Estádio do Maracanã.
Eram onze horas da noite, provavelmente. O pai lia o jornal. Caio caminhava de um lado para outro, excitado, prelibando o espetáculo do alvorecer ao qual assistiria na companhia confortadora do pai. Este, depois de alguns momentos, dobrou vagarosamente o jornal, encaminhou-se para o quarto, e deitou-se para dormir.
“PAI! Você não disse que ia esperar o sol nascer?”
“Disse, meu filho, e vou. Vou esperar o sol nascer, deitado na minha cama, porque é mais confortável. Você não me perguntou se eu queria “esperar” o sol nascer?. Então, você pode fazer a mesma coisa deitado na sua cama. Agora, se você quiser “ver” o sol nascer, você pode ficar lá na janela. De lá você vê. E olhando amorosamente para o filho, enfiou-se embaixo das cobertas.
Guilherme, o irmão mais velho, que contemplava a cena, apontando o dedo para o nariz de um desapontado Caio, com voz solene e pausada, declara:
“Letras miúdas do contrato, Caio, letras miúdas do contrato!”
Meu caro Luigi,
ResponderExcluirSempre me surpreendo com sua capacidade de contar histórias.
Sabe, há alguns dias, eu conversava com um querido amigo, dos mais inteligentes que conheço, e ele me contava algo, eu ria e ria da criatividade da sua história inventada.
Pois bem, mas não é que não era invenção e era tudo verdade mesmo ? Então, deu-se o seguinte diálogo entre nós, que guardei na minha bolsinha;
- Não sou tão criativo a ponto de iventar uma história.
Eu então lhe respondi:
- As histórias estão todas no nosso dia a dia, as palavras que escolhemos para contá-las é que as fazem interessantes.
Meu bom Luigi, suas escolhas de palavras são perfeitas, deve ser mesmo a tal da meditação !
Sua admiradora de sempre,
A tal da Bontempo
Luigi,
ResponderExcluiraprendi mais uma: Prelibar. Assim meu vocabulário vai ficar maior do que o do Lula em bem pouco tempo. Quem sabe eu deixe de ser dona de casa e vire presidente da república? Melhor não! Não querendo ser repetitiva mas já sendo: Adorei a crônica, vejo que o senso de humor é coisa de família. Márcia
Mais uma do mestre das cronicas.
ResponderExcluirMárcia
ResponderExcluirPara você se tornar presidente da república federativa do Brasil precisaria desaprender um monte de palavras que já sabe e aprender outras mais chulas!
Monica Noronha