Na sua crônica de hoje Zuenir Ventura cita o poeta pernambucano Carlos Pena Filho morto aos 31 anos em um acidente de automóvel.
Falando de “amar o transitório”, Zuenir analisa nosso comportamento diante de atitudes que nos levam a desperdiçar oportunidades que nos são oferecidas: “... perdemos tempo com bobagens que nos aborrecem além da conta, deixando passar momentos preciosos ...” Zuenir termina sua crônica com uma estrofe de Carlos Pena:
“Lembra-te que afinal te resta a vida
Com tudo que é insolvente e provisório
E de que ainda tens uma saída
Entrar no acaso e amar o transitório”
Lembro-me do Carlos Pena Filho no Bar Savoy, onde costumava sentar-se com os amigos, definindo a lua que surgia sobre o cais do Recife:
“Era uma lua tão grande
De tão vermelha amplidão
Que mesmo Ascenso Ferreira
Comendo só a metade
Morria de indigestão”
E como não lembrar da sua mais célebre evocação ...
“São trinta copos de chope
São trinta homens sentados
Trezentos desejos presos
Trinta mil sonhos frustrados” ...
... à qual nós dávamos seguimento:
Como bebes companheiro!
Como bebes tão ligeiro ...
Bons tempos aqueles, companheiro, bons tempos...
Severino Mandacaru
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