quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

São trinta copos de chope

Na sua crônica de hoje Zuenir Ventura cita o poeta pernambucano Carlos Pena Filho  morto aos 31 anos em um acidente de automóvel.
Falando de “amar o transitório”, Zuenir analisa nosso comportamento diante de atitudes que nos levam a desperdiçar  oportunidades que nos são oferecidas:  “... perdemos tempo com bobagens que nos aborrecem além da conta, deixando passar momentos preciosos ...”  Zuenir  termina sua crônica com uma estrofe de Carlos Pena:

“Lembra-te que afinal te resta a vida
Com tudo que é insolvente e provisório
E de que ainda tens uma saída
Entrar no acaso e amar o transitório”

Lembro-me do Carlos Pena Filho no Bar Savoy,  onde costumava sentar-se com os amigos, definindo a lua que surgia sobre o cais do Recife:

“Era uma lua tão grande
De tão vermelha amplidão
Que mesmo Ascenso Ferreira
Comendo só a metade
Morria de indigestão”

E como não lembrar da sua mais célebre evocação ...

“São trinta copos de chope
São trinta homens sentados
Trezentos desejos presos
Trinta mil sonhos frustrados”  ...

... à qual nós dávamos seguimento:

Como bebes companheiro!
Como bebes tão ligeiro ...

Bons tempos aqueles, companheiro, bons tempos...

                                                            Severino Mandacaru

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