terça-feira, 27 de abril de 2010

Outono, Ruivas e Chocolate Branco.


Meu caro ou minha cara. Existe para você algum dia ou período do ano em especial? Sabe, aquele que te faz recordar algum fato marcante na sua vida? Ou até, algum que mesmo não fazendo sentido, lhe vem à lembrança? Pois bem, caso sua resposta foi ‘Sim!’, somos dois. Contudo, se o seu é relativo a aniversários, feriados ou algum relacionado ao horóscopo, não somos mais.

O meu período em especial se dá no mês de maio. Esta é a época de minha estação favorita. Embora no hemisfério sul o outono inicie no fim de março – pena as chuvas que dão adeus ao verão não serem mais tão poéticas como aquelas da canção de Tom Jobim – é em maio que ela nos fornece o clima mais agradável de todo o ano. É quando o céu fica mais azul e o sol combina perfeitamente com aquele friozinho. Sinto-me extremamente bem nestas condições.

Você pode estar questionando: Outono? Por que não o verão como todo mundo? Estranho, não? Pois é, vamos dizer que, na maioria das vezes, minhas preferências e comportamento não seguem conforme a grande maioria. Não sou aquele que as pessoas chamam de ‘Normal’. Aquilo que é diferente me atrai.

Por exemplo. Eu gosto mais do chocolate branco; Tá certo que eu adoro futebol, porém não torço pelo Flamengo ou pelo Corinthians; No carnaval, gosto mais do sossego – nunca vi desfile na Sapucaí e não fico saindo afoito nas ruas para brincar no tumulto; Prefiro rádio e leitura à televisão; Sempre lanchei no Bob’s e não no McDonald’s. A primeira coisa que reparo numa mulher não é a bunda, mas sim o sorriso (uma mulher ‘sem bunda’ é muito mais bonita do que sem os dentes, não?); Não sou muito de falar e nem sou chegado em cerveja; Detesto o calor e gosto do frio, pois me faz vestir uma de minhas roupas preferidas – o casaco; Até o meu nome é difícil de ser encontrado em outra pessoa.

Não aprecio este estilo de vida? ... Pelo contrário. Eu adoro o meu jeito. Entendo que em alguns momentos ser diferente pode trazer solidão e exclusão, mas temos que sabe lidar com isto. O importante é que sejamos autênticos e podemos descobrir até que não estamos tão sozinhos assim. Além do mais são nas diferenças que está a graça da vida, concorda? Imagine se todos andassem de roupa azul; se as bandas de rock fossem compostas somente por guitarristas; se na seleção jogassem onze ‘Camisas 10’ ou então se os homens só preferissem as loiras de olhos azuis. O mundo não seria no mínimo chato?

Caso não concorde com tudo o que mencionei e tenha uma opinião adversa às minhas preferências, não posso julgá-lo mal. Seria incoerente de minha parte após todo este discurso. Talvez, ser ‘Normal’ nem seja tão ruim assim.

Eu prefiro as ruivas. A você não? Que bom... Sobra mais para mim.


Emanuel Villanova

3 comentários:

  1. Diferente Emanuel,
    seja bem vindo de volta! Gosto de gente de atitude, que sabe o que quer e escolhe o que quer!

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  2. Bem vindo de volta à Trupe
    E concordo plenamente: temos que ser autênticos, o preço de viver a vida como os outros (ou as outras) esperam quem paga somos nós, com a nossa infelicidade, certo?
    Monica

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  3. Caro Villanova,
    agora mais poético e romântico.
    Sua crônica é um hino à pureza. Seu texto é instigante e nos leva à reflexão animados pela mesma sinceridade com que você o expõe. Concordo em tudo com você, com um pequeno reparo: "bunda" pode não ser essencial, mas também conta. E a comparação com a dentadura é uma covardia.
    Severino

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