terça-feira, 4 de maio de 2010

OS DESAFORISMOS DO SEVERINO

Se você vai sair para matar o tempo, ande depressa. Senão você não vai ter tempo para matar.

Ser pontual não é chegar na hora. Ser pontual é chegar cinco minutos antes da hora.

Meu caminho é iluminado. O problema é quando acaba a bateria.

Pernas, para que vos quero? Para caminhar.

Não estou nem aí ! Não faz mal, eu te espero.

As mulheres dizem: todos os homens são iguais. Eu sou homem. Eu sou igual.

Os homens dizem: todas as mulheres são iguais. Não. Você é diferente.

“Que não haja ofensa em minhas palavras”, diziam os romanos. È o que eu digo, sempre que falo besteiras.

Não pense que você me engana. Eu já estou desenganado.

Quero ser feliz. Mesmo que isso me custe a felicidade.

Sou presunçoso, mas ninguém me acredita.

A gente só faz as coisas quando não tem tempo.

O metrô inventou os bancos xifópagos. São azuis. Estão no Largo do Machado.

O pior cego é aquele que não quer ouvir. Além de cego é surdo.

Diga um impropério. Você ouvirá o eco.

Quando não souber o que dizer não diga nada.

Quero morrer enquanto estou vivo.

“Morreu porque amou” , leio num epitáfio. Ora, se o amor o levou à morte, pra que serviu?

“Morreu de amor” diz o poeta. É melhor do que morrer atropelado, digo eu.

Drummond de Andrade disse: "Escrever é trocar palávras". Eu não faço outra coisa. Então já sou um escritor. Ah! também vivo trocando pernas.


Recomendaram-me ler o livro "Para Escrever Como Um Leitor", de Francine Prose.
Tive que lê-lo de trás para a frente.

Dizem que sou um intransigente. Ora, deixem-me ser alguma coisa, que diabos!

Na linguagem popular do Nordeste, pelo menos em Pernambuco, existe uma expressão que encerra um poder de comunicação tão forte que, para mim, é insubstituivel: "torando um aço". É usada para indicar situações de medo intenso e suas formas superlativas, como pânico e terror. Significa que o indivíduo é capaz de cisalhar, com os esfíncteres, uma barra de aço de diâmetro não definido mas certamente proporcional à sua capacidade muscular. "Torar um aço" não é para qualquer um. É preciso ter coragem, não só para faze-lo mas, principalmente, para confessá-lo.


Severino Mandacaru

4 comentários:

  1. Essas coisas que o Noronha diz...
    E melhor ser um bêbado conhecido do que um alcoólatra anônimo.
    Se beber não dirija...continue bebendo!
    Deus ajuda aos atrasados (eu que o diga).
    Um é pouco, dois é bom, quatro é um gatil.
    Quem poupa tem, quem não poupa curte a vida.
    Devagar se vai ao longe (se não facharem a porta antes).
    A inveja é a arma dos incompetentes (e d@s gordinh@s).
    Se está triste, junte-se a nós, do Depois da Oficina.
    Fui
    Noronha

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  2. Atenção!
    Mudei o título do que seria o Clube do Vinho. Recebi protestos da Sociedade Nacional de Hematologia.
    Severino

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  3. Caros colegas:
    Troquei o título, tirei algumas linhas e acrescentei outras. Afinal, escrever não é "trocar palávras"?

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