Tímida entrei e sentei perto da porta, assim não correria o risco de esbarrar em nada, ser notada e ficar vermelha. Antes mesmo de fazer o pedido, me pediram para trocar de lugar e foi aí que eu sentei ao lado dela: Um tipinho mignon que não devia ter mais do que cinco primaveras. Usava um vestido roxo com capuz e estava sentada de fronte a sua vovozinha. Vovozinha que não tinha nem cabelos brancos, nem era gorducha e nem arrastava os pés. Avó para lobo-mau nenhum botar defeito.
Fiz logo meu pedido: Sanduíche de presunto parma, queijo brie e lascas finíssimas de maçã-verde na baguete. Minha vizinha de mesa, não sabia o que queria. A vovozinha, com uma paciência de avó oferecia de tudo e nada da menina se decidir. Tive que afastar a minha mesa umas duas vezes para Julinha (descobri o nome do tipo mignon de capuz roxo) ir ao balcão e ver o que a apetecia.
Finalmente a vovó fez o pedido e Julinha com medo de ficar sem nada, também pediu. Na verdade as duas pediram a mesma coisa: A vovó quis doce e ela salgada: uma cheesecake e um quiche.
O pedido da avó, já estava pronto e chegou antes. A menina Júlia não gostou nada e ficou indignada de ter um morango em cima da torta. Reclamou, bateu pé, fez birra e até chorou.
A avó, nem se abalou. Disse mais de cem vezes que aquele não era o pedido dela, que o dela não tinha morango e viria depois.
Julinha, menina, birrenta e mimada, de vestido roxo com capuz, tipinho mignon, inquieta que estava, começou a reclamar de frio. Na verdade algo a incomodava além do friozinho gostoso do ar condicionado.A guria só parou de reclamar, fazer birra, dar ordens à avó, que tinha paciência de Jó, quando sua torta de queijo chegou e sem morangos!
Ah! tá bom, vou confessar ela reclamou, mas, só mais duas vezes: a massa da quiche estava dura (parecia mesmo) e ela estava com sede, mas que a água viesse sem bolinhas. Advertiu.
Fiquei pensando porque a menina reclamava tanto e parecia tão séria e insatisfeita?
Acho que ela provocava a paciência da avó em busca de limites. Alguém naquela família teria que ter coragem de dizer-lhe um não redondo. Julinha estava cercada de covardes que ao menor beicinho morriam de medo e cediam. A menina ficava muito insegura. Quem conseguiria protegê-la, se não a protegiam nem dela mesma?
De repente, compreendi os colegas de infância mimados que tanto detestava. Coitados eram mimados e não tinham quem os protegesse, eram inseguros.
Termino como comecei: Sempre detestei crianças mimadas. Não detesto mais.
MIRANDA
Paçoca, perdoa-me o atrevimento:
ResponderExcluirUm texto ingênuo. Monotonamente descritivo de uma cena do quotidiano,
repetitivo nos detalhes, rico nas descrições e... enfadonho. A letra miúda escolhida mostra a timidez com que você o escreveu, como que pedindo desculpas. Você já produziu coisas bem melhores. Creio que este foi um esforço seu para tirar o nosso blog da aridez em que se encontra. Parabéns.
O seu perdão a este meu despautério não me é suficiente. Invoco também o perdão dos demais colegas e do meu anjo da guarda.
Seu dedicado admirador,
Severino
Paçoca,
ResponderExcluirAo contrário do Mestre, eu não achei enfadonho, fiquei doida para saber o que aconteceria para justificar o título e gostei muito da conclusão.
Apenas faço uma ressalva, você o escreveu como se estivesse contando um caso oralmente, e sei que é capaz de transformar em literatura, por isso faço a crítica.
beijos literários,
Obrigada aos dois pelas observações. Querida Cláudia sempre com olhar generoso e Querido Severino um tanto paternal me dando uma espécie de bronca. Ainda bem que me ensinou a não me ofender pela palavra.Bjs envergonhados!
ResponderExcluirPelo menos alguém se manifestou!
ResponderExcluirSeverino
Pois é...
ResponderExcluirComo não tenho dado muito as caras com textos meus, me senti constrangida em criticar o trabalho da colega Paçoca. Mas acho que o texto ficou no meio do caminho entre uma crônica leve, com um tom de relato oral, eum texto mais crítico. Talvez a colega Paçoca possa elaborar um pouco mais seu texto, mas quem sou eu para dar sugestões se atualmente o que menos faço é escrever...
Aliás, é o que vou fazer agora, escrever uma crônica, antes de me atrever a passar uma montanha de roupa, aspirar a casa, lavar os banheiros, etc.
beijos saudosos
do seu
Noronha
PS: meus gatos vão me levar à falência, mas estão cada vez mais lindinhos!
Meus queridos colegas,
ResponderExcluirnão se sintam constrangidos em criticar-me. Na verdade claro que eu gostaria de ter escrito um texto brilhante, cheio de elogios. Mas gosto de olhar as coisas pelo lado construtivo, e me consolo em saber que estamos amadurecendo nas críticas a medida que nos conhecemos melhor e confiamos na intenção de ajudar. Beijos da Paçoca que anda apavorada com a Oficina que esta fazendo.