sábado, 20 de fevereiro de 2010

Parabéns do Mestre Severino Canabrava


CLAUDIA FAZ MEIO SÉCULO

Nossa colega Claudia completa meio século de idade. A primeira a usar esta expressão foi a própria Claudia e a isso me atenho. Por que completamos séculos? Porque século é uma unidade de medida de tempo. É um múltiplo do ano, do mês, do dia, da hora. Tal como o mês e o ano, o século é uma medida imperfeita, visto que o mês não tem sempre o mesmo número de dias e o ano os teria, não fosse o ano bissexto.

Para sermos exatos, portanto, podemos dizer que nesta data Claudia está completando “aproximadamente” meio século e que, em breve, estará chegando à meia idade.

Eu notei que existem várias maneiras pelas quais as pessoas anunciam que estão completando anos, segundo o temperamento e o estado de espírito de cada um. Em geral escolhem estações climáticas para substituir a palavra “anos” ilustrando, dessa maneira, como o tempo pesa em suas vidas.

O otimista diz sempre: “Estou completando 50 primaverinhas”, como se o uso do diminutivo tornasse mais curtos os anos vividos.

No extremo oposto, o pessimista declara, como se estivesse prestando depoimento num tribunal e implorasse clemência: “Atravessei 50 invernos de lutas e trabalho árduo...” Quando escuto isso eu leio nas entrelinhas (ou devo dizer ouço nas entrefalas?) o seguinte: “Os dias, para mim, são mais curtos, meu trabalho é mais pesado e eu estou cansado de ganhar de presente somente pulôver, cachecol, e pantufas de lã”.

Se eu fosse um carioca afobado diria: “ Vou completar 50 verões. Não agüento mais esta fornalha administrada por capetas de rabo incandescente. Vou-me embora para a Groelândia e nunca mais completo anos”.

E os outonais? Veja este, com sua fala arrastada: “Completar cinqüenta outonos ... foi ... para mim ... uma benção. Passei a vida ... contemplando folhas que caiam ... uma a uma, deixando ... um tapete amarelo .. a espessa neblina....”

Deixa pra lá. Falar da idade é uma chatice como outra qualquer. Porque, como disse José Olympio, o editor, e com ele concordava anos depois, Carlos Drummond, o poeta, “a velhice é uma merda”. Ignoremos os cumprimentos escatológicos trocados pelos dois mestres, que não ficariam bem aos adolescentes da Oficina, jovens em formação, e passemos a festejar o aniversário da nossa querida Claudia. Queremos festejar com ela a jovialidade, sabedoria, prudência, amor fraternal e tudo o mais que ela nos proporcionou durante este curto e profícuo convívio.

Sob o comando do nosso Mestre-Cana Noronha, coadjuvado pelo recém incorporado Caninha, seu modesto porta-bandeja, brindemos levantando as taças e as vozes:

Parabéns, Claudia! Evoé Venus! Evoé Baco!

Severino Cana Brava

3 comentários:

  1. Assino embaixo: parabéns!!! Ainda faltam quatro para meio século de idade, mas espero chegar lá com a jovialidade que temos. Não sei se ficar velha vai ser uma merda, acho que ruim mesmo é perder a alegria de viver, e isso não tem idade.
    Severa, esuqceu de acrescentar alguns itens na sua listinha de presentes indesejáveis: meias e cuecas. Qual homem não teme ganhar meias e cuecas (geralmente de Natal)?
    Super beijo, Claudia, e parabéns
    M.S Noronha

    ResponderExcluir
  2. Meu querido Mestre,

    Minha razão em anunciar meu aniversário, é por pura felicidade, pois sempre acho que uma nova idade marca uma mudança.
    Por mais que faça aniversários, e ultimamente eles estão se acumulando cada vez mais, não desisto de ter esperança.
    Esperança de que ? Não sei.
    Ela, em si, já me basta.

    beijos esperançosos,

    Claudia Bontempo

    ResponderExcluir
  3. se for esperança de viver mais um ano a cada ano, eu quero para mim!

    ResponderExcluir