sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Teu nome

Não é do frio da noite que eu me escondo, mas da ausência do teu corpo.
Será que não percebes o que fazes comigo? Como tranças tuas pernas nas minhas, nuas, se no vazio da noite tu foges de mim?
Ouço a passagem da noite lá fora, a passagem da noite lá fora, a passagem da noite lá fora.
No silêncio do quarto vazio a passagem da noite lá fora.
Ouço o silêncio da noite nesse quarto vazio em que dormimos distantes, juntas, nuas, trançadas, no silêncio da noite. Meu corpo sem sonhos, sem sono, somente o desejo pelo teu corpo e o silêncio da noite lá fora.
Para que me despes de mim mesma? Para que me deixas nua, vazia?
Não é do frio da noite que me escondo, mas da ausência do teu corpo. Das palavras que me roubas, do teu corpo nu que me despe no silêncio da noite lá fora. Desse jogo de pernas, nuas de desejo, as tuas?
Não é do fio da noite que me escondo, mas da ausência do teu corpo. Da ausência do teu corpo da ausência do teu corpo da ausência do teu corpo.

3 comentários:

  1. Querida colega Mônica
    Uma das coisas mais lindas que já li. Comovente e corajosa. Suas palavras revelam um coração sensível, aberto, e fértil de paixão. A poesia que aflora a cada linha e a sonoridade do texto, completam o êxtase que a sua leitura produz.

    P.S. Eu ia postar a minha crônica semanal, mas quando percebi que viria em seguida à sua desisti, por tratar-se de assunto banal e jocoso. Vou esperar que encaixem alguma coisa melhor entre as nossas duas. Não quero macular a magia que emana deste seu texto.
    Luigi

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  2. Caramba, eu super agradeço pelos elogios, mas poste sim o seu texto, eu quero lê-lo!
    beijo
    Noronha

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