quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Minha vida de escritora!!!!


A Sintaxe é a parte da gramática que estuda

a disposição das palavras na frase e a das frases
no discurso,bem como a relação lógica das frases entre si.


Minha irmã me manda o endereço de um site e uma receita de bolo que leva 32 bananas nanicas, bem docinhas. Suenaga e Jardineiro me convidam para a abertura do forno em Cunha. Pedem ajuda para os desabrigados, das últimas chuvas, com o transbordamento do Paraitinga. Minha amiga da Califórnia manda a foto de Isabel e Bruno, lindos, vestidos de Natal. Meu pai uma “croniquinha”, como ele chama, sobre duas cadeiras que mandou laquear. Respondo rápido, ele leva muito em conta minha opinião! O “google “ ameaça sair da China. A lista de matérial escolar, colossal, chega por email. Não sei se os professores leram estes livros e nem sei se as crianças vão ler.

Abandono a vida real dos bites e bytes e entro na dos sonhos. Sonhadora resolvi de uma hora para outra que queria ser escritora. –Não, eu não escrevia antes; nem escrevo bem; nem era boa em redação na escola. E também não escrevia poemas adolescentes.

De repente, não sei mais nem porque passei a invejar pessoas que tinham problemas de sintaxe. Para ser bem franca eu nem sei bem o que é sintaxe, faltei a esta aula. Mas acho lindo quando alguém tem um problema de sintaxe. Acho até importante.

Sem saber escrever. Comecei, então, minha vida de escritora, desenhando uma escrivaninha para mim. Medi o espaço entre a minha cama e a porta da varanda, folheei algumas revistas. E fiz um croquis: Um tampo com um cerca, três gavetas, sendo a debaixo maior e uma prateleira, onde pretendo colocar meus escritos para descansar, como massa de pão. Escolhi a madeira: Angelim. E, os puxadores em cerâmica vitrificada, comprados numa das minhas idas a Cunha.

Não faço o tipo consumista. Mas uma enorme felicidade me invadiu no dia que minha escrivaninha, tomou seu lugar ao lado da minha cama. Peguei minha coleção de lápis de cor, coloquei em potes bem do jeitinho que vemos nas mesas dos artistas. - Você não quer ser escritora? me pergunto. – Quero! Me respondo. Mas acho a mesa dos escritores um tanto austera. Isso deve trazer muitos problemas de sintaxe. Com uma escrivaninha enfeitada com lápis de cor, canetas pilots posso escrever textos de todas as cores em diversas nuances e tons. Uma alegria só.

O que mais? Ah! Sim comprei um livro que ensina a ser escritor. Dizia o autor: - escreva todos os dias. Vá colocando uma letrinha atrás da outra. Obediente que sou obedeci! Escrevia e não lia, nem relia.

Dizem que vontade é uma coisa que dá e passa. Não, não as minhas vontades. Mesmo sem saber escrever continuei querendo ser escritora. Escrivaninha, vontade, letras seguindinhas...

Abandonei o livro de ensinar a ser escritor na página 2 e resolvi fazer um curso. Nunca tinha sido tão ousada. Sem antes ter escrito uma linha me matriculei numa oficina de crônicas.

O primeiro texto que o professor mandou que escrevessemos foi o meu autorretrato. Obediente que insisto em ser. Escrevi. Simples assim.

Ainda não tenho problemas de sintaxe, mas, meus textos estão repletos deles. Também não uso a minha escrivaninha, que agora virou minha mesa de costura com muitos tecidos, linhas coloridas e sonhos. Ah! Também não sei costurar à máquina! Assim vou vivendo e inventando uma vida.

Miranda

3 comentários:

  1. Confesso que tive vergonha de postar este texto. Mas resolvi ser mais humilde e mandar assim mesmo. Estava sem nenhuma idéia, sentei no computador e cometi isto. De qualquer forma fica como um exercício para críticas, que sejam construtivas, por favor.!!!!

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  2. Paçoca, ops, Mariola, ops, Miranda...

    No nosso encontro já tive a oportunidade de te dizer o quanto gostei do seu texto.
    Relendo-o, percebi o quanto visual ele é também.
    Parabéns, pelas palavras coloridas e cheias de charme.

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  3. Você não tem do que se envergonhar. Seu texto está ótimo. Nos próximos dias vou escrever uma crônica que fará com que você se sinta mais segura. Pelo menos, foi assim que eu me senti.
    Com toda a veneração,
    Luigi

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